O que mais chama a atenção nos novos
filmes de super-heróis é a proximidade com o mundo real e a sanidade na qual as
tramas são envolvidas. Em seu novo filme o Homem de Ferro não foge a essa nova
lógica erigida pelo novo público, mais inteligente e exigente. O inimigo também
se tornou muito real: a ameaça terrorista de um maníaco - palavra que
utilizamos para rotular esse tipo de desvio de conduta ou moral, o que é o
mesmo de chamarmos de “infinito” tudo que desconhecemos. A guerra ao terror
começou logo após o ataque às Torres Gêmeas em 2001, a partir de então a nova
temática dos filmes de ação estava definida, o que está se tornando um clichê
quase sempre inovador, pois ainda não foi explorado de todas as formas.
Em tempos em que a tecnologia está
absurdamente avançada, em que países do Oriente Médio “nadam” no dinheiro do
petróleo e em que ainda existam países como a China e Coréia do Norte em um
regime comunista praticamente fechado, é humanamente possível que todos os
fatos e armas abordados no filme sejam reais. Estamos em uma época que
ultrapassamos a fronteira do impossível, na qual o “infinito” é apenas um
número “ainda” inalcançável pelos computadores da NASA. Essa lucidez na qual o
novo Homem de Ferro foi mergulhado já estava presente também no “novo” Batman embebido em filosofia niilista e na arte da guerra terrorista. Esses são os
pontos fortes do filme dirigido pelo estreante na franquia Shane Black (Máquina Mortífera), mas que manteve Jon
Favreau na produção e em seu papel Happy Hogan.
Mandarim |
Robert Downey Jr. está impecavelmente irônico,
como sempre, desde Assassinos por
Natureza ele carrega esse estigma que o fez brilhar em Trovão Tropical e em Sherlock
Holmes. Ele que de longe foi o melhor ator em Os Vingadores retorna em grande estilo e ainda mais afiado foi
confirmado como Homem de Ferro em Os
Vingadores 2 e 3. Gwyneth Paltrow
ganha mais destaque como Pepper, mas precisa esperar até o fim do filme para
atuar de verdade. Don Cheadle se torna - a piada infame e mais brilhante do
filme – o Patriota de Ferro, que para mim soou como crítica para todos os
heróis que vestem as cores da bandeira dos Estados Unidos, não faz tanto
sentido se olharmos para os próprios personagens da Marvel, mas isso me fez rir
muito. Guy Pearce como Aldrich Killian e Sir Ben Kingsley como Mandarim, vivem
os antagonistas da trama de forma muito elegante e surpreendente. Rebecca Hall
desmistifica a femme fatale em outra
alegoria irônica à quebra de paradigmas do filme.
Patriota de Ferro |
Não só os paradigmas foram quebrados,
mas praticamente todos os clichês. O maior deles foi não veicular o país como
alvo de vingança ou heroísmo, a briga foi levada para o lado pessoal, entre Mandarim
e Tony Stark, outro ponto humanizado da trama. Mas pecou pelo uso excessivo dos
mesmos clichês no fim do filme, quando tínhamos tudo para presenciar uma nova
obra de arte da cultura pop chegam as explosões! Demasiadas e em situações
construídas para preencher as lacunas deixadas pelo roteiro. O que não tira os
méritos de uma trama bem construída e aprofundada.
Só precisamos dar um nome e um rosto
para que nossos medos e anseios se tornem reais. Basta uma máscara para nossos heróis se tornarem reais, mas também basta acreditar em fantasmas para termos prova real de sua existência, essa
é a maior lição que se pode tirar de Homem
de Ferro 3 (Iron Man 3). E antes que me esqueça, não durma antes dos
créditos acabarem!
Confira o trailer:
E que o cinema esteja com vocês!
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