A queda sempre nos fornece combustível
para irmos além. Quem aprende com as quedas mantem-se de pé. O grandioso épico Gladiador remonta uma das épocas de
maior glória do Coliseu e nos traz as lutas de escravos na arena, contra condenados,
leões e até imperadores. A história tem como personagem central o general
Maximus Meridius que de confidente do imperador torna-se escravo e é jogado no
centro das batalhas entre gladiadores, em uma terra sem lei onde a maior
dignidade que possuem é morrer lutando, afinal, o que fazemos na vida ecoa na
eternidade.
Feroz como os lobos da lenda romana, arguto
como a águia de seu estandarte e valente como os leões que devoram escravos no
Coliseu, este é Maximus Décimus Meridius (Russel Crowe), general das tropas
romanas, responsável por incontáveis vitórias em nome do imperador Marco
Aurélio (Richard Harris), vê o orgulho de seu filho Cómodo (Joaquin Phoenix)
destruir sua família e sua vida quando este torna-se imperador de Roma, contra
a vontade do pai. Condenado a morte pelo novo imperador sua sorte muda quando é
comprado como escravo por Antônio Próximo (Oliver Reed) e vê ainda um brilho
opaco no fio de sua espada, instrumento que lhe trouxe a desgraça e único meio
de leva-lo à redenção.
Cómodo no Coliseu
Gladiator
(Gladiador no Brasil e em Portugal) é um épico grandioso que teve
nas mãos de Ridley Scott a imponência digna de Roma. Para se ter ideia da
grandeza dessa produção, uma réplica em tamanho real do Coliseu foi construída
no deserto do Marrocos, locação da maioria das cenas. A trilha sonora de Hans
Zimmer nos coloca no campo de batalha, com todas as baixas e louros que a morte
ou vitória podem trazer. Gladiador ganhou
o Oscar de melhor filme em 2001 e ainda levou mais quatro estatuetas, entre
elas a de melhor ator para Russel Crowe.
Russel Crowe foi o grande vencedor do Oscar 2001
O roteiro de John Logan em parceria
com David Franzoni e William Nicholson, coloca poder e honra frente a frente, o
poder por definição é desonroso e orgulhoso, já a honra não requer poder e só é
conquistada com respeito. A política do Pão e Circo também é retratada e
impressionante como é atual, ainda mais para nós brasileiros às vésperas de uma
Copa do Mundo. O roteiro consegue manipular situações em que não é difícil
vislumbrarmos a vingança como algo benéfico, mas deixa claro que não devemos
nos cegar com ela.
Uma fatalidade ocorreu durante as
gravações, faltando apenas três dias para a conclusão das cenas Oliver Reed
faleceu. O roteiro foi alterado e seu personagem, Antônio Próximo, que não
morreria no filme, teve seu destino mudado. Para a realização das últimas cenas
Scott pediu autorização para a família de Reed e utilizou um dublê para
filmagem, closes de seu rosto foram escaneados e inseridos com computação
gráfica na face do dublê. Alcoólatra inveterado, Reed não deixava a bebida nem
durante seus trabalhos.
Oliver Reed
Cómodo foi um dos piores imperadores
romanos de toda a história. É descrito por Maquiavel como o primeiro após o
período dos cinco bons imperadoresque
ascenderam por adoção e não laços sanguíneos, realizando uma gestão benéfica
para os romanos. Durante o reinado de seu pai, Lucius Vero, cunhado de Cómodo,
foi coimperador no período de 161 a 169, quando veio a falecer vítima de peste
contraída durante a campanha contra os Persas. Sua esposa, Lucila (Connie
Nielsen), teve três filhos, duas mulheres e um homem, todos morreram ainda
jovens. Uma de suas filhas foi executada com ela após Cómodo descobrir seus
planos de traição. Cómodo realmente lutou com um gladiador, segundo relatos
históricos, mas venceu a disputa. Ele foi estrangulado durante o banho após seu
afastamento como imperador, este episódio marca um período de muita
instabilidade no governo romano.
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