29 de outubro de 2012

O Cinematógrafo dos Irmãos Lumière


França, Cidade Luz, berço artístico da Sétima Arte. Os gregos, pais da filosofia, descreveram o mundo com palavras, compreenderam vontades, anseios e medos e registraram suas idéias e pensamentos para a posteridade, como câmeras fotográficas, armazenando os negativos em papiros, papéis, pensamentos soltos, até que a descoberta dessas palavras se dê por intermédio de nossos olhos, e transformada em arquivo por nossa memória, álbum vivo de todas as experiências possíveis e impossíveis, basta alguém imaginá-las.


Primeira fotografia da história
Mas o que tudo isso tem a ver com o cinematógrafo? Assim como as palavras foram armazenadas em livros, as imagens também o foram, mas em câmeras fotográficas. A primeira fotografia foi tirada por um francês, Nicéphore Niépce, em 1826. O cinematógrafo nada mais é do que uma câmera fotográfica com a capacidade de sobrepor várias imagens em sequência, o que dá uma ideia de movimento. Mesmo princípio utilizado nos desenhos animados.


O cinetógrafo de Edison
A palavra cinematógrafo deriva do grego κίνημα - kinema "movimento" e γράφειν-gráphein “descrição”, trata-se da descrição dos movimentos. É uma evolução do cinetógrafo,de 1888, obra do maior inventor de todos os tempos, que a considerou uma grande perda de tempo, mas, para ele, não deixava de ser um invento curioso, seu nome é Thomas Edison. A primeira versão do cinematógrafo foi criada por outro francês Léon Bouly, no início de 1895, vindo a perder a patente do invento em fevereiro do mesmo ano para os lendários irmãos Lumière, que também a imaginavam apenas como curiosidade científica, tanto é que não comercializaram o invento.

Cinematógrafo dos Irmãos Lumière
Em 28 de setembro de 1895 (essa data diverge de fonte para fonte), na primeira sala de cinema da história, chamada Eden, localizada em La Ciotat, sudeste da França, foi exibido o primeiro filme, intitulado Arrivée d'un train em gare à La Ciotat (Chegada de um trem à estação da Ciotat). Em pouco menos de 60 segundos, a primeira platéia de cinema do mundo, acompanhou a chegada do trem à estação e alguns passageiros desembarcarem. Eles não faziam a mínima ideia do que estava acontecendo, tanto as testemunhas oculares que acompanharam a exibição, quanto os primeiros atores a participarem de um filme, nenhum deles deu tchau para a câmera ou cobriu o rosto com medo de aparecer.  Segundo conta a história a primeira mostra desse filme causou pânico na plateia que via as imagens serem projetadas, as pessoas correram para o fundo da sala temendo que o trem as atropelasse, o mundo não estava preparado para as imagens "vivas". No filme, apenas algumas pessoas olham para o cinematógrafo, mas nem a exuberância do instrumento parece chamar a atenção. É, provavelmente, a cena mais natural de todos os tempos. Jamais as lentes de uma câmera conseguiria captar tanta inocência e verdade quanto nesse filme:


O primeiro filme da história

Irmãos Lumière
Os irmãos Auguste e Louis Lumière são considerados os pais do cinema. A primeira sala de cinema do mundo ainda funciona e alguns dos primeiros cinematógrafos podem ser vistos no Instituto Lumière, localizado na cidade francesa de Lyon.

Nunca a frase revoluções por minuto fez tanto sentido. Em menos de sessenta segundos o mundo mudaria de forma estrondosa. Hoje, mais de cem anos depois, é difícil alguém que não tenha visto ao menos um filme e cá estou eu a criar um blog, como tantos outros já existentes, dedicado a esta arte chamada cinema.

Esse foi apenas um pequeno trecho da história que deu origem ao entretenimento mais popular de todos os tempos.Em breve discorrerei sobre a vida e obra de outro francês, considerado o pai dos efeitos especiais e da ficção científica: George Méliès.

Que o cinema esteja com vocês!


4 comentários:

  1. Emerson, um prazer ler seu texto sobre a história de uma das artes mais apaixonantes e populares. Adorei!

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  2. Bom apanhado, Emerson, já fico no aguardo do texto sobre George Méliès, para mim, o verdadeiro pai do cinema, não desmerecendo os pioneiros claro. Mas, foi Méliès que pegou aquele invento científico e deu um sentido, deu arte.

    abraços

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    1. Obrigado Amanda, é um prazer ter sua companhia aqui no blog.

      Concordo com você, Méliès foi o criador do cinema como arte.

      Abraços e volte sempre.

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  3. Oi, Emerson
    recebi seu comentário lá na Obvious! Obrigada pelas palavras incentivadoras e parabéns pelo blog! Adorei seu texto! Eu sou fascinada pela história do cinema! Enfim, obrigada pela visita e sinta-se a vontade para comentar sempre que quiser!
    Obrigada,
    Jéssica Parizotto

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