28 de maio de 2014

Gladiador (2000)

A queda sempre nos fornece combustível para irmos além. Quem aprende com as quedas mantem-se de pé. O grandioso épico Gladiador remonta uma das épocas de maior glória do Coliseu e nos traz as lutas de escravos na arena, contra condenados, leões e até imperadores. A história tem como personagem central o general Maximus Meridius que de confidente do imperador torna-se escravo e é jogado no centro das batalhas entre gladiadores, em uma terra sem lei onde a maior dignidade que possuem é morrer lutando, afinal, o que fazemos na vida ecoa na eternidade.


Feroz como os lobos da lenda romana, arguto como a águia de seu estandarte e valente como os leões que devoram escravos no Coliseu, este é Maximus Décimus Meridius (Russel Crowe), general das tropas romanas, responsável por incontáveis vitórias em nome do imperador Marco Aurélio (Richard Harris), vê o orgulho de seu filho Cómodo (Joaquin Phoenix) destruir sua família e sua vida quando este torna-se imperador de Roma, contra a vontade do pai. Condenado a morte pelo novo imperador sua sorte muda quando é comprado como escravo por Antônio Próximo (Oliver Reed) e vê ainda um brilho opaco no fio de sua espada, instrumento que lhe trouxe a desgraça e único meio de leva-lo à redenção.

Cómodo no Coliseu

Gladiator (Gladiador no Brasil e em Portugal) é um épico grandioso que teve nas mãos de Ridley Scott a imponência digna de Roma. Para se ter ideia da grandeza dessa produção, uma réplica em tamanho real do Coliseu foi construída no deserto do Marrocos, locação da maioria das cenas. A trilha sonora de Hans Zimmer nos coloca no campo de batalha, com todas as baixas e louros que a morte ou vitória podem trazer. Gladiador ganhou o Oscar de melhor filme em 2001 e ainda levou mais quatro estatuetas, entre elas a de melhor ator para Russel Crowe.

Russel Crowe foi o grande vencedor do Oscar 2001

O roteiro de John Logan em parceria com David Franzoni e William Nicholson, coloca poder e honra frente a frente, o poder por definição é desonroso e orgulhoso, já a honra não requer poder e só é conquistada com respeito. A política do Pão e Circo também é retratada e impressionante como é atual, ainda mais para nós brasileiros às vésperas de uma Copa do Mundo. O roteiro consegue manipular situações em que não é difícil vislumbrarmos a vingança como algo benéfico, mas deixa claro que não devemos nos cegar com ela.


Uma fatalidade ocorreu durante as gravações, faltando apenas três dias para a conclusão das cenas Oliver Reed faleceu. O roteiro foi alterado e seu personagem, Antônio Próximo, que não morreria no filme, teve seu destino mudado. Para a realização das últimas cenas Scott pediu autorização para a família de Reed e utilizou um dublê para filmagem, closes de seu rosto foram escaneados e inseridos com computação gráfica na face do dublê. Alcoólatra inveterado, Reed não deixava a bebida nem durante seus trabalhos.

Oliver Reed

Cómodo foi um dos piores imperadores romanos de toda a história. É descrito por Maquiavel como o primeiro após o período dos cinco bons imperadores que ascenderam por adoção e não laços sanguíneos, realizando uma gestão benéfica para os romanos. Durante o reinado de seu pai, Lucius Vero, cunhado de Cómodo, foi coimperador no período de 161 a 169, quando veio a falecer vítima de peste contraída durante a campanha contra os Persas. Sua esposa, Lucila (Connie Nielsen), teve três filhos, duas mulheres e um homem, todos morreram ainda jovens. Uma de suas filhas foi executada com ela após Cómodo descobrir seus planos de traição. Cómodo realmente lutou com um gladiador, segundo relatos históricos, mas venceu a disputa. Ele foi estrangulado durante o banho após seu afastamento como imperador, este episódio marca um período de muita instabilidade no governo romano.


Confira o trailer:


Que o cinema esteja com vocês!


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