Inspirado pelo belo futebol brasileiro,
alegre, versátil e agressivo, que passou pela Espanha, palco de um dos melhores
filmes dele, o diretor mais prolífico e ao mesmo tempo tão genial, aquele que
ousa ser dramático sem perder o humor, brinca com a morte e ri da vida, desafia
as leis da física e reconstrói a verdade cinematográfica. Uma das maiores
lendas vivas da história do cinema, o homem que teme a morte e busca a
imortalidade zombando da vida em seu melhor e mais inteligente estilo, com
vocês Woody Allen: Um Documentário!
Nascido em Nova Iorque em 1 de
dezembro de 1935, o garoto piadista e irreverente transformou a maior cidade
dos Estados Unidos em seu maior palco. Retratada na maioria de seus filmes Nova
Iorque ganhou sua versão mais enfática e definitiva em Manhattan, filme de 1979 fotografado pelas lentes em branco e preto
de ninguém menos que Gordon Willis, conhecido como O Príncipe da Escuridão ele foi o responsável por dar luz à
cinzenta metrópole. Mais conhecido por seus trabalhos de fotografia na trilogia
O Poderoso Chefão, Willis deu vida ao
ambicioso roteiro de Allen e juntos construíram uma das mais belas obras de
arte do cinema mundial.
"Minha mulher e eu ficamos na dúvida em tirar férias ou nos divorciarmos. Optamos pela segunda hipótese. Férias no Caribe podem ser divertidas, mas acabam em duas semanas."
Finalizado e lançado em 2012 o documentário sobre a controversa e hilária pessoa de Woody Allen conta
com os comentários de Martin Scorcese, Sean Penn, Diane Keaton, Dick Cavett,
Scarlett Johansson, Antonio Banderas entre outros, e traça seu caminho do
anonimato até o estrelato mundial de figura pública admirada e também odiada
pelos quatro cantos do mundo. Robert Weide que dirigiu o documentário insistiu muito com Allen para ter acesso irrestrito ao mito do cinema e concluir sua obra. Em 2007 surgiu o documentário Wild Man Blues, focado na vida do músico Woody Allen, Um Documentário foca no lado oposto, e narra a vida do cineasta Woody Allen e descreve os bastidores de cada uma de suas produções, no fundo todos os personagens criados por ele são suas próprias neuroses e fobias postas para fora. Ele gostava de contar piadas e escrever e
escrevia aos montes desde jovem, ainda hoje possui a mesma criatividade e
genialidade, lançando um filme por ano há 40 anos seguidos. Foi indicado a 19 Óscares
de melhor roteiro original, vencendo em três oportunidades: Annie Hall (no Brasil Noivo Neurótico, Noiva
Nervosa), Hannah e suas irmãs e Meia-Noite em Paris. Além de indicações
como melhor diretor, ator e melhor filme.
"Não que eu tenha medo da morte. Só não quero estar lá quando acontecer."
Annie Hall foi um divisor de águas, não para
Allen, mas para o futuro do cinema de comédia. Quebrando o estigma de escrever
piadas claras e banais, o roteiro de Noivo
Neurótico, Noiva Nervosa capta a essência dualista do amor: confuso e
claro; profundo e superficial; eterno e fugaz. O amor em sua maior intensidade
e maturidade em um roteiro denso e acinzentado com o concreto de Nova Iorque
como pano de fundo e o sentimento primaveril mais juvenil e ao mesmo tempo adulto
da descoberta do verdadeiro amor. Filosofando com a poesia, a obra de Woody
Allen é imortal e certamente na corrida louca contra o relógio o escritor,
músico, roteirista, diretor, ator e criador de tantos personagens belos,
imortaliza-se no olhar puro e simples do amor visto pelas lentes de sua criação.
"Separei-me de minha mulher porque ela era muito infantil. Um dia estávamos brigando enquanto eu tomava banho e ela afundou todos os meus barquinhos."
Amante de jazz e músico, Allen toca clarinete nas
noites de segunda no Hotel Carlyle em Nova Iorque. Ele deixou de comparecer à
primeira cerimônia do Oscar em que seria o maior vencedor, mas não deixa de
comparecer aos concertos no dia seguinte. As manchetes de 21 de fevereiro de
1978 comparavam Woody Allen a Orson Welles, sendo a segunda pessoa a ser
indicada a quatro prêmios, como Welles em 1941. Woody só apareceu em uma
cerimônia, em 2002 homenageou Nova Iorque após os atentados de 11 de setembro. Ao ser
questionado ele responde que não há meios para decidir qual é o melhor filme,
se fosse uma corrida teríamos certeza de quem é o vencedor, inclusive ele
completa que já venceu corridas em sua juventude e se sentiu verdadeiramente
merecedor do prêmio, o que não ocorre com as premiações cinematográficas.
Confira o trailer:
O texto saiu
com pressa, urgência, talvez pelo próprio impulso inspiratório de Woody Allen,
talvez pelo efeito do vinho que embebeda os sentidos, mas ornamenta a
sensibilidade. Enfim, conhecer a obra desse grande cineasta é conhecer a
história do cinema e a profundidade rasa, infinita e escassa de nossa vida.
"As pessoas sempre se enganam em duas coisas sobre mim: pensam que sou intelectual - porque uso óculos; e que sou um artista - porque meus filmes sempre perdem dinheiro."
Que o cinema
esteja com vocês!
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