Após um longo período ausente das
telonas, cerca de 20 anos, Terrence Malick nos apresenta uma obra complexa que abrange o âmago da existência e
morte do homem. Explorando o universo particular e intimista de cada um, Malick
faz da batalha seu Paraíso envenenado pela picada de uma serpente prestes a
libertar Pandora. A película está repleta de enorme simbolismo rebuscado de
imagética naturalista. Um teatro de sombras espiritual, misto de filosofia
do bem e do mal trazendo à tona um apocalipse criado por homens obrigados
pela própria honra a cruzarem a tênue linha vermelha que separa a existência da
imortalidade.
"Quem é você para assumir tantas formas? Sua morte que tudo capta. Você também é a fonte de tudo que está por nascer. Sua glória. Misericórdia. Paz. Verdade. Você traz calma ao espírito, entendimento, coragem. O coração satisfeito."
"Só há uma coisa que o homem pode fazer. Achar algo dele mesmo. Achar sua própria ilha. Se eu não t encontrar nessa vida deixe-me sentir sua falta."
A carreira de Malick como cineasta se
confunde com a de Stanley Kubrick, ambos dirigiram poucos filmes sendo quase
todos considerados obras primas. Enquanto Kubrick abordava distúrbios
comportamentais de seus personagens Malick se dedica à questões existenciais e
filosóficas. Formado em filosofia e ex-professor do MIT, Instituto de
Tecnologia de Massachusetts, o diretor e roteirista mergulha sua obra em
questionamentos milenares a despeito da existência e propósito dos seres na
terra. Amparado por um tema extremamente político ele mescla closes em
componentes da natureza com cenas de batalha.
Além da Linha Vermelha é de longe um dos melhores filmes de guerra já realizado justamente por abordá-la de forma não convencional, apolítica, sensível e com poética visual. Folhas que caem, árvores sob efeito do vento e raios de Sol que procuram frestas para brilhar nos embebedam de introspecção. O bem e o mal são destacados pelas narrações e experiências intimistas dos soldados sob a excelente trilha sonora introspectiva de Hans Zimmer. O bem é apresentado por Terrence Malick de diversas formas. Um soldado que acredita na paz após a morte, deseja recebê-la de forma tranquila como sua mãe e essa é sua última lembrança ao fechar os olhos e ver uma luz alva, forte e brilhante enquanto seu corpo era metralhado. A paz o acompanhava de forma intrínseca. Mesmo estando em uma guerra que não era dele, contra um adversário tão inocente quanto ele, a paz sempre esteve presente em seu interior. Em contraste com essa ideia outro soldado retira o coração dos inimigos mortos que encontra e revela seu sórdido ritual a um prisioneiro ainda vivo. Vemos na obra de Malick os opostos extremos em que somos levados diante dessa agressão que nos fere com poesia, com seus gritos mudos e abafados pelo silêncio questionador da existência, com essa lâmina chamada guerra que nos fere e nos devora. Qual é nosso propósito e qual deveria ser?
"Você é gentil? Uma pessoa correta? Você se guia por isso? Saiba que não sofrerá menos por sua gentileza. Mas podemos nos fortalecer mutuamente, amenizar a dor, limparmos as feridas e calarmos o pranto."
Além da Linha Vermelha é de longe um dos melhores filmes de guerra já realizado justamente por abordá-la de forma não convencional, apolítica, sensível e com poética visual. Folhas que caem, árvores sob efeito do vento e raios de Sol que procuram frestas para brilhar nos embebedam de introspecção. O bem e o mal são destacados pelas narrações e experiências intimistas dos soldados sob a excelente trilha sonora introspectiva de Hans Zimmer. O bem é apresentado por Terrence Malick de diversas formas. Um soldado que acredita na paz após a morte, deseja recebê-la de forma tranquila como sua mãe e essa é sua última lembrança ao fechar os olhos e ver uma luz alva, forte e brilhante enquanto seu corpo era metralhado. A paz o acompanhava de forma intrínseca. Mesmo estando em uma guerra que não era dele, contra um adversário tão inocente quanto ele, a paz sempre esteve presente em seu interior. Em contraste com essa ideia outro soldado retira o coração dos inimigos mortos que encontra e revela seu sórdido ritual a um prisioneiro ainda vivo. Vemos na obra de Malick os opostos extremos em que somos levados diante dessa agressão que nos fere com poesia, com seus gritos mudos e abafados pelo silêncio questionador da existência, com essa lâmina chamada guerra que nos fere e nos devora. Qual é nosso propósito e qual deveria ser?
O filme retrata a Batalha de Guadalcanal, ocorrida no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, entre 1942 e 1943. Apesar de esquecidas, as batalhas do Pacífico foram muito importantes para o fim da guerra, Guadalcanal foi um marco
para o avanço das tropas aliadas pelo Pacífico e marca o
ponto de virada na guerra sendo a primeira vitória terrestre determinante para a campanha vitoriosa dos Aliados contra os japoneses que haviam invadido a ilha pertencente ao arquipélago das Ilhas Salomão. Além da Linha Vermelha possui temática
predominantemente intimista e introspectiva abordando diversas crenças e seus costumes de uma
forma sensível e singela. É uma grande celebração pela VIDA amplamente difundida
com todos os rituais e tradições a que cada crença se impõe.
Foi indicado a sete óscares em 1999
tendo como principal concorrente o filme de Steven Spielberg - O Resgate do Soldado Ryan - que faturou
cinco estatuetas, e pelo supervalorizado Shakespeare
Apaixonado, que levou o prêmio de melhor filme, na qual as três produções
concorriam. A estatueta de melhor direção ficou com Spielberg. A obra de Malick
foi a grande vencedora do Urso de Ouro do Festival de Berlim.
Confira o Trailer:
Que o cinema esteja com vocês!
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