O retorno de Ridley Scott ao gênero no
qual ele ganhou fama e prestígio foi muito aguardado, tanto pela mídia quanto
por Hollywood. Prometheus inicialmente seria um episódio anterior ao filme Alien – O Oitavo Passageiro, de 1979, mas o
projeto foi trancado desde 2000 até 2009 quando foi novamente cogitado por
Scott. Ao sair da gaveta os rumos de Prometheus mudaram. O filme foi muito
criticado por não representar tanto quanto esperavam os críticos. O roteiro
possui algumas irregularidades e clichês, mas não tira o charme e elegância que
apenas Ridley Scott consegue proporcionar a uma ficção científica.
O filme se
inicia com um humanoide às margens de uma cachoeira, ele toma um líquido e se
desintegra, suas células se desfazem em forma de DNA que cai sobre as águas,
criando a alusão de que essa matéria deu origem à nossa vida na Terra. Baseado
no livro Eram os Deuses Astronautas?, de Erich Von Däniken obra do suíço defende
a teoria de que nosso planeta é visitado há tempos por seres interplanetários e
que estes, ao cruzarem com os macacos, deram origem à vida humana.
Charlie Holloway (Logan Marshall-Green)
e Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) descobrem algumas pinturas rupestres do que
seria, possivelmente, um homem apontando para uma constelação. Pinturas
semelhantes foram encontras em várias partes do mundo e em civilizações sem
nenhuma ligação entre si. Eles interpretam as figuras como um chamado e a
partir de então a história se inicia.
Arte Rupestre em Prometheus |
O livro de Däniken cita que os
extraterrestres eram considerados divindades pelas antigas civilizações e em
busca desses “deuses” a nave Prometheus parte. Outros autores defendem essa
teoria como o famoso cientista Carl Sagan, consultor de Kubrick no roteiro de
2001 – Uma Odisseia no Espaço e autor da história de Contato (Contact – 1997) dirigido por Robert
Zemeckis.
Charlize Theron em Prometheus |
A viagem é financiada por Peter
Weyland (Guy Pearce), um ancião que busca respostas para a morte na origem da
vida. Na tripulação há ainda um androide chamado David (Michael Fassbender) e a
estrela Charlize Theron que interpreta Meredith Vickers, papel que foi cobiçado
por ninguém menos que Angelina Jolie, mas não entendi o motivo, já que o personagem não possui uma participação ativa e é praticamente um fantasma no filme. Anne Hathaway e Natalie Portman também
manifestaram interesse no papel de Elizabeth.
O roteiro desliza logo no início
quando os tripulantes são acordados da criogenia e os motivos da viagem são
expostos, eram até então desconhecidos. Para um investimento de mais de três
trilhões não consigo imaginar tal segredo para com os integrantes principais,
sendo que uma exploração em busca de vida em outro planeta seria facilmente
integrada por estudiosos da área.
Confira o trailer abaixo:
Outro ponto discrepante trata do
geólogo que explora o planeta sem nenhum interesse em pedras, os outros
especialistas pareciam visitar um castelo mal assombrado e não fazendo parte de uma descoberta antológica como a viagem do homem à Lua, por exemplo. Dois
exploradores acabam perdidos fora da nave, criando momentos de tensão, esse
evento foi justificado por um capitão desleixado em uma nave que possuía um
leitor de sonar eletrônico mapeando toda a área física em que se encontravam e
poderosos equipamentos de comunicação.
Sigourney Weaver em cena de Alien - 1979 |
Detalhes a parte Prometheus, inspirado
em Prometeu da mitologia grega, que roubou o fogo de Zeus dando-o aos homens, é
um bom filme, demonstrando uma originalidade rara em filmes de ficção
científica e termina com um gosto de quero mais e uma dúvida no ar. Scott e a
20th Century Fox pretendem continuar a saga provavelmente em 2015. Para os fãs
de Alien a última cena guarda um segredo que vale a pena ser desvendado!
Que o cinema esteja com vocês!
Assumo que as ficções de Ridley Scott estavam fazendo falta, e PROMETHEUS tem mesmo um charme que só se vê nos filmes do gênero que são conduzidos pelo diretor. Mas repetindo o trocadilho que se vê em todos os lugares, ele "prometheus" e não cumpriu. Esperava-se uum filme antológico, que investigasse sobre o princípio da vida, a força de Deus e outras questões existenciais. Começa extremamente bem e do meio pro fim vira um amontoado de bobagens. Ou seja, perdeu o foco.
ResponderExcluirE aproveitou mal demais alguns personagens (como você mesmo cita ems eu texto, Charlize parece um fantasma). Já Fassbender está bem.
Um abraço!
Exatamente Weiner, o filme começa muito bem e depois descamba, semelhante a Super 8 que tem um início emocionante e depois vira uma grande bobagem. Questões sobre Deus entre outras explicações eram esperadas da mesma forma que foram teorizadas por Däniken e Sagan. Infelizmente Prometheus e não cumprius. Isso é um fato!
ExcluirAbraço!
Olá, creio eu talvez não tenhamos ter entendido o filme exatamente como o autor espera e almeja. Uma vez que atrizes de renome citadas queriam tal participação em papéis aparentemente insólitos. Com isso acredito que Prometheus ainda promete algo mais. Sinto que a viagem apenas começou e talvez se houver continuidade possamos entender melhor todo o enredo e perceber os insólitos personagens por um outro prisma. Afinal gente se trata de Ridley Scott.
ResponderExcluirContudo lacunas e personagens insólitos e ou com participações apagadas nos trazem tal impressão.
Um abraço, Dáblio
Esse filme aborda um Universo de vertentes... creio que não tenhamos entendido a ideia, sem querer ser maldoso, mas os atores também não entenderam tanto!
ExcluirAbraço meu caro!
Não é meu gênero preferido, apesar de gostar de todo tipo de filme, mas admito que tenho muita vontade de assistir a esse...
ResponderExcluirEmerson Henrique, gostaria de fazer algumas ressalvas no seu artigo.
ResponderExcluirSegundo os livros que li de Carl Sagan, como O Mundo Assombrado Pelos Demônios, Pálido Ponto Azul, Cosmos, ele acreditava na vida extraterrestre como metodologia de pesquisa. Mas as idéias de Erich Von Däniken carecem de evidências científicas e históricas haja vista que todas as alegações de construções extraterrenas deste autor suíço como os moais da ilha de Páscoa as pirâmides no Egito não se confirmaram.
Outra afirmação não coerente é sobre a hipótese de cruzamento de alienígenas e macacos. Sagan, embora tenha formação em astrofísica, publicou um livro interessante na áreas biológica - Os Dragões do Éden: Especulações sobre a Evolução da Inteligência Humana no qual ele discute sobre as origens da vida no planeta Terra.
Segundo a Wikipédia, Sagan realmente teve alguma contribuição para o filme 2001, Uma Odisséia No Espaço mas pelo que conheço sobre as idéias de Carl Sagan desconheço que ele afirmou que os extraterrestres eram considerados divindades pelas antigas civilizações.
Sobre o filme de Ridley Scott, considerei apenas razoável. Tive a impressão que ele poderia ter desenvolvido melhor o roteiro. Existiram muitos lugares comuns, desde os cientistas estereotipados ( como no filme Transformers ) a péssima utilização dos conceitos científicos.
Para finalizar, os melhores filmes de ficção científica que considero são 2001, 2010 e contágio.
Será que vocês são incapazes de compreender o que criticam? Daniken nunca disse que os moais ou as pirâmides são construções alienígenas.
ExcluirA- O que há de certo, é que muitas construções antigas são reduto, materialização de um conhecimento, que em papel, desapareceria rapidamente, como o caso da pirâmide de Queóps, tida para as lendas locais como guardiã de um grande poder, será que não percebem? O conhecimento é a maior fonte de poder, como vocês acham que as dimensões da pirâmide levam a dados astronômicos apuradíssimos, como o número de Pi,a distância da entre a Terra e o Sol, e inclusive a massa de nosso planeta!
B- Os antigos não dispunham de tecnologia nem para conseguir estas informações, muito menos para edificar tais proezas. Quanto a pirâmide, Daniken apenas cogita a possibilidade de ela ser mais velha do que acredita nossa vã arqueologia! Remontando a outros feitos como Nasca, Teotihuacán e Stonehenge, Daniken nunca disse que os ETs as levantaram. Se observarem seu livro "Será que eu estava errado?" que diz respeito a algumas retratações e reflexões sobre sua admirável obra, verão a descrição detalhada dos míticos ( e não quero dizer inventados! ) cultos-cargo, desenvolvidos na Oceania, há penas um século.
Quando os americanos chegaram, trazendo máquinas voadoras, alimentos, armas e construções para a criação de uma base avançada da 2ª guerra, os nativos o tomaram por deuses, como poderes inimagináveis. Depois que a guerra acabou, e os americanos foram embora, os nativos recriaram armazéns, aeroportos de chão e até aviões de palha! " Pra Que" perguntaram os ingênuos, ora, eles imtavam o homem moderno para conseguir sua atenção de volta... Até surgiu uma lenda de um tal de John Frumm, que prometia o fim de todas as lamentações através da volta das mercadorias outrora doadas pelos americanos...
O mesmo aconteceu, inicialmente, com a chegada dos europeus a América. E antes disso, com a vinda de um velho e sábio barbudo dos mares orientais, na cultura maia. Será que não veem a simbologia onipresente! Velho barbudo... Serpente... Dragão... Ovo... Assim alinhas de Nasca seriam reproduções de sinalizadores de pouso, Teotihuacán um planetário ( como eles colocariam um monumento representando Urano ou Netuno, se pelo que sabemos, o último planeta visível era Saturno!? ) e a ilha de Páscoa uma piada: como eles lavrariam a dura rocha vulcânica com paus, pedras e olhe lá, cobre; e ainda carregariam os monólitos por quilômetros sobre troncos de árvores se, naquele raio de ilha não cresce um arbusto!!!
C- de conclusão: O que Daniken quis dizer, ao pé da letra, é que os nativos recriaram, mediante a sabedoria divina, os grandes feitos dos deuses do passado, esperando homenageá-los, quando voltassem.
Gabriel, muito agregador seu comentário! Apesar de algumas divergências nas afirmações do texto é muito bom que o assunto tenha gerado e levantado tantas questões! Fico feliz pelo nível em que os assuntos estão sendo abordados pelo leitor. Atrair leitores desse nível só me faz ter mais motivação para continuar a escrever.
ExcluirAbraço!
gostei muito de prometheus. ainda acho que ele vai ser melhor reconhecido com o tempo.
ResponderExcluirCara, esta resenha aqui coloca em detalhes os furos do roteiro de "Prometheus" (http://necroseumblogestranho.blogspot.com.br/). Fica mesmo a impressão de que Ridley Scott quis passar a limpo a mitologia de Alien com a tese dos alienígenas do passado de Erick von Daniken, quebrando a unidade de sentido que existia. Como o documentário com a tese do suíço tem feito sucesso no Youtube, o cineasta quis aproveitar a onda para chamar atenção dos mais jovens que não conhecem a série original. Ainda que não dê para concluir antes de assistir a sequência deste, igualmente não dá para esperar muito, pois o roteiro do próximo terá de recorrer a jogadas ainda mais ilógicas para justificar as do presente. Uma pena.
ResponderExcluirCaramba! Tem mais de 20 furos absurdos nesse blog! Deixam o roteiro de Prometheus no chinelo... Valeu pelo link Evaristo.
ExcluirAbraço!
Este filme é até interessante. Embora eu não tenha sentido a paixão, o sentimento de perplexidade ou insignificância, muito menos espírito científico, em seu desenlace, acredito que tenha sim, certa originalidade. Talvez o mais angustiante, seja que a dra. Shaw não demonstre qualquer sentimentalismo, apresentando a teoria do astronauta antigo, quase como uma religião, ou o fim das buscas espirituais, o que é ridículo!
ResponderExcluirObs: Daniken não disse que os ETs cruzaram com os macacos, isso é grotesco! O que ele defende são as fortes evidências de que, não só tivemos nosso DNA moldado por eles, mas também fomos conduzidos por eles durante tempos primevos, quase como filhos...