23 de junho de 2013

Homem de Ferro 3 (2013)

O que mais chama a atenção nos novos filmes de super-heróis é a proximidade com o mundo real e a sanidade na qual as tramas são envolvidas. Em seu novo filme o Homem de Ferro não foge a essa nova lógica erigida pelo novo público, mais inteligente e exigente. O inimigo também se tornou muito real: a ameaça terrorista de um maníaco - palavra que utilizamos para rotular esse tipo de desvio de conduta ou moral, o que é o mesmo de chamarmos de “infinito” tudo que desconhecemos. A guerra ao terror começou logo após o ataque às Torres Gêmeas em 2001, a partir de então a nova temática dos filmes de ação estava definida, o que está se tornando um clichê quase sempre inovador, pois ainda não foi explorado de todas as formas.

Em tempos em que a tecnologia está absurdamente avançada, em que países do Oriente Médio “nadam” no dinheiro do petróleo e em que ainda existam países como a China e Coréia do Norte em um regime comunista praticamente fechado, é humanamente possível que todos os fatos e armas abordados no filme sejam reais. Estamos em uma época que ultrapassamos a fronteira do impossível, na qual o “infinito” é apenas um número “ainda” inalcançável pelos computadores da NASA. Essa lucidez na qual o novo Homem de Ferro foi mergulhado já estava presente também no “novo” Batman embebido em filosofia niilista e na arte da guerra terrorista. Esses são os pontos fortes do filme dirigido pelo estreante na franquia Shane Black (Máquina Mortífera), mas que manteve Jon Favreau na produção e em seu papel Happy Hogan.

Mandarim
Robert Downey Jr. está impecavelmente irônico, como sempre, desde Assassinos por Natureza ele carrega esse estigma que o fez brilhar em Trovão Tropical e em Sherlock Holmes. Ele que de longe foi o melhor ator em Os Vingadores retorna em grande estilo e ainda mais afiado foi confirmado como Homem de Ferro em Os Vingadores 2 e 3. Gwyneth Paltrow ganha mais destaque como Pepper, mas precisa esperar até o fim do filme para atuar de verdade. Don Cheadle se torna - a piada infame e mais brilhante do filme – o Patriota de Ferro, que para mim soou como crítica para todos os heróis que vestem as cores da bandeira dos Estados Unidos, não faz tanto sentido se olharmos para os próprios personagens da Marvel, mas isso me fez rir muito. Guy Pearce como Aldrich Killian e Sir Ben Kingsley como Mandarim, vivem os antagonistas da trama de forma muito elegante e surpreendente. Rebecca Hall desmistifica a femme fatale em outra alegoria irônica à quebra de paradigmas do filme.

Patriota de Ferro
Não só os paradigmas foram quebrados, mas praticamente todos os clichês. O maior deles foi não veicular o país como alvo de vingança ou heroísmo, a briga foi levada para o lado pessoal, entre Mandarim e Tony Stark, outro ponto humanizado da trama. Mas pecou pelo uso excessivo dos mesmos clichês no fim do filme, quando tínhamos tudo para presenciar uma nova obra de arte da cultura pop chegam as explosões! Demasiadas e em situações construídas para preencher as lacunas deixadas pelo roteiro. O que não tira os méritos de uma trama bem construída e aprofundada.

Só precisamos dar um nome e um rosto para que nossos medos e anseios se tornem reais. Basta uma máscara para nossos heróis se tornarem reais, mas também basta acreditar em  fantasmas para termos prova real de sua existência, essa é a maior lição que se pode tirar de Homem de Ferro 3 (Iron Man 3). E antes que me esqueça, não durma antes dos créditos acabarem!

Confira o trailer:

E que o cinema esteja com vocês!


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