Brad Pitt pode ganhar seu primeiro
Oscar na noite de 02 de março em uma atuação que não passou de 10 minutos, ao
lado de Steve McQueen ele é um dos produtores de 12 Anos de Escravidão favorito ao prêmio de melhor filme. Na edição
passada do Oscar minha última resenha foi justamente para o vencedor Argo que rendeu a George Clooney outro
Oscar, dessa vez por seu trabalho como produtor, dos indicados ao Oscar essa
será a última resenha, não sou supersticioso, mas a tendência é que o filme que
retrata a escravidão forçada de Solomon Northup vença a principal disputa do prêmio
mais importante do cinema e de que outro galã conhecido de Hollywood suba ao
palco para receber uma das estatuetas. A presença de Pitt no longa causou
polêmica na Europa onde os pôsteres do filme o traziam em destaque contrastando
o homem branco ao negro.
O drama baseado no livro de memórias
escrito pelo próprio Northup em 1853 foi adaptado por John Ridley e dirigido
por Steve McQueen. Vencedor do Bafta McQueen causou furor em seu discurso
dizendo: “Há 21 milhões de pessoas em
escravidão enquanto estamos sentados. Espero que, a 150 anos a partir de agora,
a nossa ambivalência não permita que outro cineasta faça este filme.”
Indicado em nove categorias do Oscar 2014, incluindo melhor filme, diretor,
ator principal e coadjuvante e melhor atriz coadjuvante, a obra desponta como
favorita ao prêmio principal da noite. Em seu terceiro trabalho com McQueen
Michael Fassbender interpreta Edwin Epps, um fazendeiro escravocrata que
humilha e violenta seus escravos, Northup, vivido brilhantemente por Chiwetel
Ejiofor, o conheceu em toda sua ira juntamente com Patsey (Lupita Nyong’o,
minha favorita ao Oscar) escrava que sentiu na carne, literalmente, todo o mal de
que o homem é capaz e ainda foi obrigada a conviver com o ciúme da esposa de Epps (Sarah Paulson). Também fazem parte do elenco Paul que vive um capataz sádico e Benedict Cumberbatch como William Ford.
Cartaz italiano que causou polêmica |
12
Years a Slave (12
Anos de Escravidão, no Brasil e 12 Anos Escravo, em Portugal) foi filmado em
sua maioria em Nova Orleans, próximo à fazenda em que Northup foi mantido. Em
um retrato de carne e osso, que por mais que tenha sido pintado por todas as
partes do mundo ainda se repete, a escravidão é refletida em nossos olhos com o
sangue do sofrimento dos milhares de negros submetidos à ganância do homem. O
registro feito por McQueen foi rotulado por muitos como desnecessário, da mesma
forma em que A Paixão de Cristo de
Mel Gibson foi muito criticada, mas se não fossem obras como essa a barbárie
humana desmedida continuaria repousada em nosso leito de descaso e acomodação. É
preciso lutar pela vida, pela honra e acima de tudo pela igualdade. E essa
bandeira levantada deve ser carregada por todos ao menos em sinal de respeito
por aqueles que serviram e ainda servem à arrogância dos homens. Mais que uma
obra cinematográfica 12 Anos de
Escravidão é um alerta para nossos instintos muitas vezes entorpecidos pela
força do poder e ausência de caráter. Por tudo isso a noite do Oscar pode ser
memorável elevando uma obra negra de um diretor negro que contou com a ajuda de
vários brancos para ser erigida, ao contrário de nossos antecipados que construíam
a base de sua vida sob o suor de homens inocentes que serviam apenas ao
propósito alheio de orgulho, força e poder.
Confira o trailer:
Que 12 Anos de Escravidão seja eleito o melhor filme e que o cinema
sempre esteja conosco!
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