Confirmando a tendência das estrelas
de Hollywood, Kevin Bacon é o mais novo integrante do universo dos seriados.
Ele interpreta o ex-agente do FBI Ryan Hardy no thriller dramático The Following, criada pelo roteirista Kevin Williamson (Pânico, Eu sei o que vocês Fizeram no Verão Passado). A
primeira temporada estreou em janeiro deste ano e terminou no fim de abril. A
Fox renovou a série para uma próxima temporada. The Following narra a história da caçada a um
serial killer que usa a tecnologia para criar uma seita de assassinos em série.
O professor de literatura e admirador do escritor fantástico Edgar Allan Poe,
Joe Carroll, destaque para a interpretação de James Purefoy, organiza sua rede
assassina através da internet enquanto está preso. Ryan Hardy é o alvo principal de sua tortura
psicológica ensaiada através das obras do expoente da literatura fantástica e
adorador da morte Allan Poe, segundo sua ideologia de que a morte só pode ser comparada com a beleza, não há nada mais belo do que a morte de uma linda mulher os seguidores de Joe Carroll entram em seu jogo buscando a vingança
de
Hardy,
captor de Carrol
no passado.
Edgar Allan Poe The Following |
A série chama a atenção pelo fato de
tantas pessoas aderirem a uma ideia absurda, uma reunião de pessoas com a única
finalidade de ferir outra por vingança, que no fundo não tem muito a ver com o
fato de Hardy
ter posto Carrol atrás das grades, mas sim pelo amor que este sente por Claire Matthews,
sua esposa, vivida por Natalie Zea,
e que se envolveu, após a prisão do marido, com o então agente do FBI Ryan
Hardy. Todos os membros
denotam certo desequilíbrio emocional e acreditam estar fazendo parte de algo
grande e verdadeiro, tudo encabeçado por Carrol que, na verdade, é mais egoísta
do que seus aliados imaginam. Pode parecer inconcebível tais atitudes, mas existem
inúmeras seitas que pregam o fim do mundo e realizam suicídios em massa, homens-bomba
que tiram a própria vida acreditando estar fazendo a vontade de um deus e
elevando sua existência para a eternidade, entre outras. Em comum possuem um
líder desequilibrado com alto poder persuasivo.
Outro fato notório é a capacidade de
Carrol para influenciar pessoas. Ele, enquanto professor de literatura, era
extremamente persuasivo em qualquer assunto que tratasse em sala de aula,
iniciando assim sua rede de seguidores e admiradores. Tal poder de persuasão
nos leva a uma rápida associação como uma pessoa do século passado, responsável
pela morte de milhares de inocentes em prol da “raça ariana”. Adolf Hitler foi
capaz de convencer quase toda a Alemanha e parte do mundo de que sua ideologia
de separação racial e seleção nada natural visando uma raça pura (ariana), era
necessária para o desenvolvimento e avanços de todas as áreas da humanidade,
como medicina, por exemplo. No livro escrito por ele 10 anos antes da guerra, Mein Kampf (Minha Luta) ele diz o seguinte: “É possível por meio de propaganda convencer
uma pessoa de que o céu é o inferno e que o inferno é o céu.” Tal política
é abordada no seriado de forma concreta e infelizmente essa é uma verdade
presente em muitas outras situações, a todo tempo pessoas são convencidas, seja
por distúrbios ou por quem admiram, a cometerem crimes contra si ou outras
pessoas. Esse política de marketing também é visitada diariamente pelas
campanhas publicitárias que nos influenciam a comprar determinado produto,
somos influenciados pelo que vemos e ouvimos e levados a tomar decisões
baseadas no que nos fazem acreditar.
Hitler Mein Kampf |
A audiência da série sofreu algumas quedas
com o passar dos episódios, talvez pelo andamento novelístico que tende a
deixar a trama um pouco morna e previsível, mas esta definição gera dúvida e
arestas, visto que a cada episódio nos é apresentada uma realidade mais próxima
da nossa e fatos que mudam o andamento e destino dos personagens, refletindo
diretamente no desfecho da história. Os dois protagonistas, Kevin Bacon e James
Purefoy desfilam posturas psicanalíticas e situações com citações literárias e
filosóficas. Muito além de toda a matança o amor é o que move todos os
personagens da série, o que soa um tanto contraditório dentro de todo o
contexto do seriado e talvez essa seja a chave para entendermos esse mundo
mórbido, assustador e tão próximo de nossa realidade.
Que o cinema esteja com vocês!
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