Como tenho aversão a carnaval tirei
esse tempo para assistir alguns filmes que concorrem ao Oscar, os próximos
textos serão sobre eles, espero ver o restante até dia 24, data da premiação –
ao menos alguns. Detona Ralph (Wreck-it
Ralph) foi um deles, trata-se de uma charmosa animação com tom saudosista,
principalmente àqueles, que como eu, passaram horas em um fliperama, eu não era
muito de jogar, apenas observava, o que aumentou a adrenalina ao ver vilões como
Robotnik e Bowser e os clássicos do Street Fighter Bison, Zangief e Ken e Ryu
juntos sem contar a bela Chun Li.
Quando assisti tive a mesma sensação
de quando vi Toy Story 3, como se a
naftalina de minha memória tivesse sido encontrada em algum ponto há muito esquecido.Detona Ralph lembra muito o jeito Pixar
de criar roteiros, o mundo sob a perspectiva de um brinquedo, inseto ou nesse
caso de um personagem de videogame. O modo como interpretam o cartaz anunciando
que uma máquina está “fora de uso” denota essa ótica e principalmente mostra o
quanto a Pixar têm influenciado o trabalho da Disney. Sou fã incondicional da
Pixar e quando li o nome de John Lasseter como produtor executivo de Ralph
surgiu a sensação de que não se tratava de uma obra da Disney. Claro que o
filme possui suas limitações, mas é reconfortante saber que contaremos com mais
criatividade e qualidade nos longas da Disney, que convenhamos, estavam
completamente fora dos trilhos.
Este projeto ficou engavetado por anos,
a ideia original surgiu na década de 80 quando a Disney cogitou a possibilidade
de realizar um filme de animação utilizando o universo dos videogames. A
parceria com a Pixar parece ter impulsionado e renovado as forças criativas da
equipe Disney.Inovações a parte o roteiro derrapou em piadas clichês e situações
simples e completamente previsíveis. A ideia de retratar uma máquina de
fliperama por dentro deveria ser mais bem explorada, faltou uma turnê por mais outros
games da máquina e maior interação com outros personagens, esse é o barato do
filme e o por outro lado o maior pecado também.
Game Rampage |
A direção ficou a cargo do estreante
Rich Moore, a história aborda o game de arcade Repara Felix Jr., no qual Ralph
é o vilão. Acometido por um sentimento de culpa e ao mesmo tempo desprezo,
Ralph vai atrás de feitos que o torne herói, ele busca uma medalha para provar
que não é um vilão, nessa jornada ele passa por alguns games e conhece outros
mundos e personagens. Inicialmente Detona
Ralph seria realizado apenas com animação de 8 bits, para aproximar a
linguagem dos games de fliperamas, o que descaracterizaria muito a animação,
isso foi reduzido a algumas cenas o que dá uma impressão muito bacana sobre a
vida dentro da máquina de fliperama. Logo no início da obra é possível notar
pontos semelhantes com um jogo do início da década de 90 para Master System,
Rampage, que também conta com a destruição de prédios em um gráfico de 8 bits,
no entanto, destruir as casas e engolir seus moradores é o objetivo do jogo,
Ralph seria um herói por ali.
Vilões Anônimos |
Destaque para uma das cenas inicias em
que os vilões se reúnem numa espécie de AA chamada de “vilões anônimos”, a
reunião acontece dentro do jogo Pac-man e o grupo possui um lema muito curioso:
“Sou mau, e isso é bom. Nunca serei bom, e isso não é mau. Não há ninguém
que queria ser além de mim”. Não entra em minha lista dos dez melhores, mas
chega perto.
Confira o trailer:
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