14 de fevereiro de 2013

Detona Ralph (2012)


Como tenho aversão a carnaval tirei esse tempo para assistir alguns filmes que concorrem ao Oscar, os próximos textos serão sobre eles, espero ver o restante até dia 24, data da premiação – ao menos alguns. Detona Ralph (Wreck-it Ralph) foi um deles, trata-se de uma charmosa animação com tom saudosista, principalmente àqueles, que como eu, passaram horas em um fliperama, eu não era muito de jogar, apenas observava, o que aumentou a adrenalina ao ver vilões como Robotnik e Bowser e os clássicos do Street Fighter Bison, Zangief e Ken e Ryu juntos sem contar a bela Chun Li.

Quando assisti tive a mesma sensação de quando vi Toy Story 3, como se a naftalina de minha memória tivesse sido encontrada em algum ponto há muito esquecido.Detona Ralph lembra muito o jeito Pixar de criar roteiros, o mundo sob a perspectiva de um brinquedo, inseto ou nesse caso de um personagem de videogame. O modo como interpretam o cartaz anunciando que uma máquina está “fora de uso” denota essa ótica e principalmente mostra o quanto a Pixar têm influenciado o trabalho da Disney. Sou fã incondicional da Pixar e quando li o nome de John Lasseter como produtor executivo de Ralph surgiu a sensação de que não se tratava de uma obra da Disney. Claro que o filme possui suas limitações, mas é reconfortante saber que contaremos com mais criatividade e qualidade nos longas da Disney, que convenhamos, estavam completamente fora dos trilhos.

Este projeto ficou engavetado por anos, a ideia original surgiu na década de 80 quando a Disney cogitou a possibilidade de realizar um filme de animação utilizando o universo dos videogames. A parceria com a Pixar parece ter impulsionado e renovado as forças criativas da equipe Disney.Inovações a parte o roteiro derrapou em piadas clichês e situações simples e completamente previsíveis. A ideia de retratar uma máquina de fliperama por dentro deveria ser mais bem explorada, faltou uma turnê por mais outros games da máquina e maior interação com outros personagens, esse é o barato do filme e o por outro lado o maior pecado também.

Game Rampage
A direção ficou a cargo do estreante Rich Moore, a história aborda o game de arcade Repara Felix Jr., no qual Ralph é o vilão. Acometido por um sentimento de culpa e ao mesmo tempo desprezo, Ralph vai atrás de feitos que o torne herói, ele busca uma medalha para provar que não é um vilão, nessa jornada ele passa por alguns games e conhece outros mundos e personagens. Inicialmente Detona Ralph seria realizado apenas com animação de 8 bits, para aproximar a linguagem dos games de fliperamas, o que descaracterizaria muito a animação, isso foi reduzido a algumas cenas o que dá uma impressão muito bacana sobre a vida dentro da máquina de fliperama. Logo no início da obra é possível notar pontos semelhantes com um jogo do início da década de 90 para Master System, Rampage, que também conta com a destruição de prédios em um gráfico de 8 bits, no entanto, destruir as casas e engolir seus moradores é o objetivo do jogo, Ralph seria um herói por ali.

Vilões Anônimos
Destaque para uma das cenas inicias em que os vilões se reúnem numa espécie de AA chamada de “vilões anônimos”, a reunião acontece dentro do jogo Pac-man e o grupo possui um lema muito curioso: “Sou mau, e isso é bom. Nunca serei bom, e isso não é mau. Não há ninguém que queria ser além de mim”. Não entra em minha lista dos dez melhores, mas chega perto.



Confira o trailer:

E que o cinema esteja com vocês!

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