Ferrugem e Osso confirma o ótimo
momento do cinema francês. Tivemos O Artista e Intocáveis, Amour, que pode
não ser completamente francês, possui atores e idioma da Cidade Luz. De Rouille et D’os perdeu a briga para a
indicação do Oscar para o sucesso de bilheteria Intocáveis, que
surpreendentemente ficou fora da lista final do maior prêmio cinematográfico
distribuído por Hollywood. O filme franco-belga dirigido por Jacques Audiart, aclamado diretor de O Profeta, e
estrelado por Matthias Schoenaerts e Marion Cotillard, guarda o melhor para o
fim, mas possui uma atratividade dramática durante todo o desenrolar da trama.
Cotillard comprova que é o expoente
máximo do cinema francês em Los Angeles, sua não indicação ao prêmio de melhor
atriz deixou muita gente aborrecida, não é pra menos, a atuação da francesa,
que surgiu para o mundo ao interpretar Édith Piaf em Piaf – Um Hino ao Amor foi muito bem recebida pela crítica
internacional, merecia ao menos uma indicação. Schoenaerts também foi muito bem
interpretando Ali, um pai ausente que parece lutar contra si para melhorar sua
imagem diante do filho.
Ali e seu filho |
O filme mostra um lado negro dos
humanos, enquanto Ali deixa seu filho de lado como pai, se oferece para ajudar
uma desconhecida. Dedica tempo e atenção a ela, mas não possui a mesma
dedicação com seu filho. Entender e observar esse ponto da história é
importante para o desfecho que pode parecer sem nexo ou jogado ao vento. Dentro
desse propósito Schoenaerts consegue desempenhar essa bipolaridade de forma
brilhante, alternando despreocupação com uma carga dramática intensa e
assustadora.
A personagem de Cotillard, Stéphanie,
é mais enigmática e misteriosa. Não possui uma personalidade definida ou clara
e pouco se transforma durante o decorrer da trama, mas quem pensa que se trata
de uma frieza interpretativa está enganado. Este é o ponto de destaque de sua
atuação. Nota-se que esse comportamento é característico da personagem, o que a
encaixa no perfil de Ali, que tende a ser desapegado a responsabilidades e
compromissos, logo o perfil dos dois se encaixa, ela um pouco submissa e ele um
pouco relaxado. Cotillard consegue expressar exatamente o que se espera de sua
personagem, carga dramática e depressiva e um lado mais coordenador e responsável,
até que ambos se tornem diferentes em decorrência do andamento e dos fatos do
filme.
Confira o trailer:
Marion e Schoenaerts |
Ferrugem e Osso é baseado nos contos Rocket Ride e Rust and Bone do livro Rust
and Bone do canadense Craig Davidson. O filme competiu pela Palma de Ouro
no Festival de Cannes e recebeu duas indicações para o Bafta e para o Globo de
Ouro. Pode ser um filme pesado para quem possui filhos, pode incomodar, mas nos
leva a um êxtase reflexivo incomparável e termina de forma coesa e segura.
Adoro filmes franceses......e se mostra o lado negro do ser humano......me encantará ainda mais. Vou assistir urgente.....valeu a dica.
ResponderExcluirAbraços
Aproveitando esse tema do filme citado.....recomendo O Amor e a Fúria. Assistiu?
ResponderExcluirImperdível
Ainda não vi, mas me interesso muito por temas assim.
ExcluirValeu pela dica!
Abraço!
Estou curiosíssimo com este filme, espero gostar. Sou grande admirador de O PROFETA, e mesmo que versem sobre temas muito diferentes, tenho impressão de que não vou me decepcionar com Audiard. Sem falar na excelente Marion Cottilard, que entrega desempenhos fenomenais em sua mother-tongue.
ResponderExcluirTambém adoro filmes franceses, nenhum outro consegue captar com tanta precisão os tormentos humanos. E não digo isso para seguir os clichês, é porque eles realmente são muito bons nisso.
Abraços!
Filme maravilhoso. Forte, com uma carga dramática densa, mas belo e humano.
ResponderExcluirMarion Cotillard perfeita, como sempre.
Weiner, os franceses são excelentes mesmo em descrever tormentos humanos, eu não tinha notado isso até então, acabei me tornando fã de cinema francês por acaso, estou adorando!
ResponderExcluirRose, o fim me deixou em choque, tenho um filho quase na mesma idade do filho de Ali e também é loiro... bom, deve imaginar como me senti!
Abraço!