Mary
& Max é uma
animação de stop motion australiana
que possui uma característica idêntica a de seu personagem Max, a
idiossincrasia. A peculiaridade da obra pega os pais desavisados de surpresa
por tratar de assuntos incômodos do mundo adulto como solidão, rejeição e
abandono. O diretor e roteirista Adam Elliot desenvolve a relação entre os dois
personagens com maestria, ainda mais nos dias de hoje em que passamos a maior
parte do tempo nos correspondendo com equipamentos eletrônicos, computadores,
celulares. A crítica à sociedade surge de forma tímida e fere com violência.
Longe das animações convencionais que
abordam temas leves e de forma bem humorada, a obra de Elliot possui humor
negro e conta a história de Mary e Max em ritmo narrativo dramático. Mary é uma
menina de oito anos que vive em Melbourne Austrália, retratada em sépia. Sua
personalidade foi moldada pela ausência do pai e excessos da mãe alcoólatra o
que a tornou intimista e solitária. Em busca de respostas para a perturbadora
questão: de onde vêm os bebês, ela
escolhe um endereço de forma aleatória dos Estados Unidos e envia uma carta. Max,
o destinatário das missivas de Mary, sofre da Síndrome de
Asperger e vive
isolado da sociedade, com quarenta e quatro anos sem trabalho, namoradas ou
amigos e com manias pouco comuns, tem sua vida transformada pelas cartas de
Mary. Seu mundo é preto e branco, denotando idade avançada enquanto Mary ganha
vida em seu mundo sépia.
A vida de todo mundo é como uma longa calçada... |
Confira o trailer:
Mary
& Max é um
trabalho ousado de Adam Elliot que moldou os bonecos em argila com o mesmo
cuidado que teceu as palavras do roteiro. A falta de otimismo presente na obra e
os assuntos abordados tornam a animação sombria e amedrontadora, principalmente
aos mais conservadores. É um filme de arte com embasamento comportamental
profundo e de relevância. Merece ser descoberto!
"...Algumas são bem pavimentadas, outras, têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro."
E que o cinema esteja com vocês!
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