2 de novembro de 2012

A Legião Perdida (2011)


The Eagle, nome original do filme que estreou no início de 2011 sem ter uma repercussão muito positiva. O diretor Kevin Macdonald não conseguiu repetir o sucesso do Último Rei da Escócia. A Legião Perdida conta a história de Marcus Áquila, interpretado por Channing Tatum (Dear John), que busca a restauração da honra da família perante os romanos, depois que seu pai desapareceu ao comando da Nona Legião (Legio IX Hispana), por volta do ano 140. Com a perda da Legião, a águia dourada, símbolo romano, ficou nas mãos dos inimigos, que zombam do poderio romano, que por sua vez não dão o valor merecido a Marcus, que ruma ao norte, com um escravo britânico que salvou da morte, Esca (Jamie Bell - King Kong e As Aventuras de Tintin), para recuperar a águia.

O filme começa bem, apesar do velho clichê de salvador da pátria ou herói nacional, ao qual Channing é submetido quando o enviam para ser primeiro comandante de uma guarnição na Grã-Bretanha. Com um sentido de batalha extremamente aguçado, ele consegue perceber um ataque das tribos Celtas à guarnição no meio da noite. O filme me surpreendeu neste momento. Tudo levava a crer que seria mais um clichê de Hollywood e que as suspeitas de Marcus não se comprovariam e levassem à ira de seus comandados. Mas não! A invasão ocorreu em uma batalha sem muito “glamour”, o número reduzido de figurantes não dá a devida grandeza das batalhas romanas.

Formação Tartaruga
Ainda na primeira metade do filme, há a melhor cena, que me fez lembrar os 300 de Esparta. Em uma batalha para recuperar alguns de seus guerreiros que foram feitos reféns, ele evoca a formação tartaruga e penetra no centro do exército inimigo, neste instante seus homens se dissipam e formam um círculo ao redor de seus companheiros sequestrados. O inimigo é derrubado um a um e o escudo formado por Áquila (que significa águia ou ave de rapina em latim) e seus homens torna-se impenetrável. No retorno à fortaleza uma espécie de biga atinge uma de suas pernas. Ele, então, é afastado do comando da guarnição e enviado a seu tio, que tem a discreta interpretação de Donald Sutherland.

Maximus Decimus Meridius - O Gladiador
Rei Leônidas de Esparta
A partir deste ponto o filme perde o brilho da primeira parte, da mesma forma que ocorre em Super 8, no qual a primeira parte nos remete aos filmes de Spielberg, mas a segunda parece ter sido entregue às mãos de J. J. Abrams e desanda. Marcus seguido de seu escravo Esca, rumam à muralha de Adriano em busca da IX Legião e da águia perdida. O restante é aventura de Sessão da Tarde. Sendo que a última frase do filme mata todas as minhas esperanças de um final diferente. No bônus do DVD há um final alternativo, melhor do que o principal. Ao recuperar a águia ele a queima, ao invés de levá-la de volta à Roma, justificando que ela deveria permanecer com os guerreiros que a defenderam. Outro ponto fraco do filme é o protagonista, que passou longe de exibir a garra espartana de Gerard Butler como Leônidas (300) e o vigor romano de Russel Crowe na pele do Gladiador.

O filme foi baseado no livro Águia da Nona de Rosemary Sutcliff, escrito em 1954, teve um tímido orçamento de 25 milhões de dólares e lucrou pouco mais de 2 milhões do valor investido. O livro faz parte de uma série com um total de 8. É possível que tenhamos uma continuação. Se isso se confirmar, espero mais política em jogo, afinal, os romanos, além de guerreiros, eram extremamente políticos. A honra foi uma das poucas virtudes romana mostrada no filme. A Nona Legião verdadeira foi enviada à Germânia e provavelmente se extinguiu às margens do Danúbio ou em Israel, na revolta de Simon bar Kokhba.

Que o cinema esteja com vocês!


Confira o trailer abaixo:




A Legião Perdida (2011) on IMDb

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