The Eagle,
nome original do filme que estreou no início de 2011 sem ter uma repercussão muito
positiva. O diretor Kevin Macdonald não conseguiu repetir o sucesso do Último Rei da Escócia. A Legião Perdida conta a história de
Marcus Áquila, interpretado por Channing Tatum (Dear John), que busca a
restauração da honra da família perante os romanos, depois que seu pai
desapareceu ao comando da Nona Legião (Legio IX Hispana), por volta do ano 140. Com a perda da
Legião, a águia dourada, símbolo romano, ficou nas mãos dos inimigos, que
zombam do poderio romano, que por sua vez não dão o valor merecido a Marcus,
que ruma ao norte, com um escravo britânico que salvou da morte, Esca (Jamie Bell - King Kong e As Aventuras de Tintin), para
recuperar a águia.
O filme
começa bem, apesar do velho clichê de salvador da pátria ou herói nacional, ao
qual Channing é submetido quando o enviam para ser primeiro comandante de uma
guarnição na Grã-Bretanha. Com um sentido de batalha extremamente aguçado, ele
consegue perceber um ataque das tribos Celtas à guarnição no meio da noite. O
filme me surpreendeu neste momento. Tudo levava a crer que seria mais um clichê
de Hollywood e que as suspeitas de Marcus não se comprovariam e levassem à ira
de seus comandados. Mas não! A invasão ocorreu em uma batalha sem muito “glamour”,
o número reduzido de figurantes não dá a devida grandeza das batalhas romanas.
Formação Tartaruga |
Ainda na
primeira metade do filme, há a melhor cena, que me fez lembrar os 300 de Esparta.
Em uma batalha para recuperar alguns de seus guerreiros que foram feitos
reféns, ele evoca a formação tartaruga e penetra no centro do exército inimigo,
neste instante seus homens se dissipam e formam um círculo ao redor de seus
companheiros sequestrados. O inimigo é derrubado um a um e o escudo formado por
Áquila (que significa águia ou ave de rapina em latim) e seus homens torna-se impenetrável. No retorno à fortaleza uma espécie
de biga atinge uma de suas pernas. Ele, então, é afastado do comando da
guarnição e enviado a seu tio, que tem a discreta interpretação de Donald
Sutherland.
Maximus Decimus Meridius - O Gladiador |
Rei Leônidas de Esparta |
A partir
deste ponto o filme perde o brilho da primeira parte, da mesma forma que ocorre
em Super 8, no qual a primeira parte nos remete aos filmes de Spielberg, mas a
segunda parece ter sido entregue às mãos de J. J. Abrams e desanda. Marcus
seguido de seu escravo Esca, rumam à muralha de Adriano em busca da IX Legião e
da águia perdida. O restante é aventura de Sessão da Tarde. Sendo que a última
frase do filme mata todas as minhas esperanças de um final diferente. No bônus
do DVD há um final alternativo, melhor do que o principal. Ao recuperar a águia
ele a queima, ao invés de levá-la de volta à Roma, justificando que ela deveria
permanecer com os guerreiros que a defenderam. Outro ponto fraco do filme é o
protagonista, que passou longe de exibir a garra espartana de Gerard Butler
como Leônidas (300) e o vigor romano de Russel Crowe na pele do Gladiador.
O filme foi
baseado no livro Águia da Nona de Rosemary Sutcliff, escrito em 1954, teve um tímido
orçamento de 25 milhões de dólares e lucrou pouco mais de 2 milhões do valor
investido. O livro faz parte de uma série com um total de 8. É possível que
tenhamos uma continuação. Se isso se confirmar, espero mais política em jogo,
afinal, os romanos, além de guerreiros, eram extremamente políticos. A honra
foi uma das poucas virtudes romana mostrada no filme. A Nona Legião verdadeira
foi enviada à Germânia e provavelmente se extinguiu às margens do Danúbio ou em
Israel, na revolta de Simon bar Kokhba.
Que o cinema esteja com vocês!
Confira o trailer abaixo:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Expresse sua opinião: