Estou contando as horas para a nova parceria de Gus Van Sant e Matt
Damon que deverá estrear ainda este ano nos Estados Unidos, chamado Promised
Land. Além de Gerry, filme de 2002, os dois realizaram Gênio Indomável, que
marcou a parceria de Damon e Ben Affleck, amigos de infância, como roteiristas, foram agraciados pelo Oscar de melhor roteiro original de 1998 por Gênio Indomável. Robin
Williams ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante e Van Sant foi indicado
para o prêmio de melhor diretor. Ao todo foram nove indicações, incluindo
melhor filme.
É inegável que este foi um marco em minha vida, talvez pelo fato de
estar entrando na adolescência e ter o sentimento de rebeldia aflorando, talvez
por querer ser o gênio incompreendido no meio de tantos que só buscavam
diversão, naquela época ainda valia o “sexo, drogas e rock’n roll”. Eu preferia ficar
em casa e assistir um bom filme. Foi quando vi Gênio Indomável pela primeira
vez e que se tornou o meu predileto entre alguns outros clássicos aos
quais me identifico de forma absurda.
Professor Gerald Lambeau |
O filme possui uma combinação de fatores que o eleva a outro patamar na sétima arte. Will Hunting (Matt Damon) e Chuckie (Ben Affleck) são amigos
inseparáveis, juntamente com Morgan (Casey Affleck) e Billy (Cole Hauser)
formam um grupo unido. Will trabalha como faxineiro em uma faculdade e por
diversão resolve as equações que o professor Lambeau (Stellan Skarsgård) deixa
em uma lousa no corredor para seus alunos. O caso desperta o interesse de
todos, pois as equações são muito difícies e nenhum dos alunos admite conseguir resolvê-las.
Will parece não ligar para sua facilidade com os números, se mete em
inúmeras confusões e chega a ser preso. O professor Lambeau descobre seu
paradeiro e o retira da prisão, sob a condição de que ele frequente um
terapeuta. Após inúmeras tentativas frustradas um amigo de Lambeau se dispõe a
tratar de Will, Sean Maguire, que teve a emocionante atuação de Robin Williams, consegue entrar na cabeça de Damon e descobre um passado de violência e
abandono que forjaram uma rebeldia como forma de escudo contra o mundo.
Williams e Damon em uma das melhores cenas do filme
Elliott Smith |
A trilha sonora de Elliott Smith aguça a melancolia e nos atira em um
mundo que busca lucratividade contra pessoas que só buscam viver a vida de
forma simples. Miss Misery foi indicada ao Oscar de melhor canção perdendo para a comercial Celine Dion e o tema de Titanic. Em 2003 ele faleceu
sob circunstâncias duvidosas e sendo a autópsia inconclusiva. As duas facadas
que levou no peito podem ter sido desferidas por sua namorada, com a qual
passava por tempos difíceis ou podem ter vindo dele próprio em um suicídio sem
explicação. O fato é que esses acontecimentos aumentaram meu fascínio pelo filme e
pelas canções, talvez pela veracidade das músicas e do roteiro, escrito por
dois amigos como uma aventura em um mundo no qual a amizade é mais importante que qualquer outra coisa.
Elliott Smith cantando Miss Misery no Oscar 1998
Chuckie e Will |
Chuckie sempre desejou um futuro melhor para Will, ele trabalhava em
demolições de construção civil e dizia não querer o mesmo para Hunting. Em um
diálogo entre os dois Chuckie diz a Will que seu maior sonho é passar de manhã em sua casa e ver que ele não está lá. Simplesmente se foi, sem adeus ou até
logo. Quando isso ocorre o sorriso de Affleck deseja boa sorte ao amigo e sua
expressão revela o orgulho daqueles que admiram os amigos que possuem.
Que os amigos estejam com vocês!
Gênio Indomável é um dos meus filmes favoritos e também afetou minha vida de um modo peculiar.
ResponderExcluirÓtimo texto! Deu vontade de rever o filme...
Acabo de ver o trailer de Promised Land e, com o perdão do trocadilho, o filme promete!
Adorei o blog!!!
Já perdi a conta de quantas vezes o revi, é um excelente filme. Promised Land promete sim!
ExcluirSeja bem vinda!