Charles Monroe Schulz, criador do Snoopy e sua turma, sempre mergulhou
suas tirinhas em filosofia, lições de valor moral e as tiradas infantis mais
sensacionais que já vi. Quando criança não entendia todas as mensagens
presentes na turma do Charlie Brown, mas agora parece um Mundo de Sofia. Em A
felicidade é um cobertor quente não é diferente. O longa foi lançado em 2011 e
foi o primeiro sem o diretor Bill Meléndez, que faleceu em 2008. A direção ficou
a cargo de Andy Beall (Up, Ratatouille) e Frank Molieri.
Escrever sobre a felicidade não é tarefa fácil, mas para Schulz é como
uma qualidade intrínseca. A incapacidade de Linus de deixar seu cobertor é o
mote da história. O desenho termina com chave de ouro e com uma lição valiosa: quem
de nós não se agarra a algo para se sentir seguro? Algumas dessas coisas são
invisíveis ou menos visíveis. Tem gente que carrega uma máquina de escrever
para todos os lugares.
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Última tira do Peanuts de Charles M. Schulz |

Ser feliz é ter a mente livre de todo mal mundano e viver apenas em
prol do que é bom. Apesar de Buda acreditar que não há caminho para a
felicidade, sendo a felicidade o próprio caminho. Ela está presente nas coisas
mais puras e simples: um abraço de filho ou de quem se ama, um sorriso de amigo
ou uma palavra reconfortante. O amor de mãe. A realização de uma jornada. Os
amigos e tudo que é capaz de transformar nosso estado de espírito.

Encontrar a felicidade é tão difícil quanto entender o sentido da
vida. Talvez esses dois enigmas se respondam por si. Talvez se buscarmos um
pouco mais de amor, como Jesus quis que o fizéssemos. Talvez se déssemos mais
valor às coisas naturais, como uma caminhada no parque com o ar puro das
árvores e o ir e vir livre dos pássaros e insetos. Talvez se ouvíssemos as
crianças e suas verdades inesperadas, mescladas com a realidade quase irreal de
viver em sonhos, qualidade que perdemos ao crescer. Quem sabe se amássemos
mais, déssemos mais risadas, valorizássemos as poucas horas que passamos
realizando o que realmente gostamos. Talvez assim fôssemos felizes de fato.

No Peanuts de Schulz ela é vista como todas as coisas com as quais passamos
nosso tempo de forma agradável, o piano de Schroeder, a comida do Snoopy e até a
sujeira de Chiqueirinho, que representa exatamente o que é ser feliz de
verdade: fazer o que gostamos sem se preocupar com o quão estranho isso seja.
E se precisarmos nos agarrar a algum cobertor, que seja, todos temos
inseguranças e temores, vergonha seria não admitir nossa incapacidade de
sermos felizes sozinhos. Como já disse Tom Jobim: fundamental é mesmo o amor, é
impossível ser feliz sozinho.
Que a felicidade esteja com vocês!
Postagem simplesmente linda!
ResponderExcluirVi o filme, sim! (graças à sua postagem!) É perfeito!
ResponderExcluirQuis colocar só aquela passagem do filme porque o seu texto já diz tudo...
Fico feliz que tenha gostado!
Abração!
Belo post, mesmo. A turma do Snoopy e do Charlie Brown sempre foi uma lição de vida para mim também, adorava ver suas histórias, suas entre-linhas, essa tristeza esperançosa de Charlie Brown. A Felicidade é um Cobertor Quente é mesmo um belo exemplo de tudo isso.
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