Freud não escreveu apenas A Interpretação dos Sonhos, recentemente foi
lançado A Interpretação dos Filmes, segue aqui uma canja bem humorada de sua
obra, que consiste em uma análise quase psiquiátrica de alguns filmes e seus
personagens.
Começo com um filme inovador: Inception. Que conta com DiCaprio no
papel principal. Quando atuou em Titanic ele não morreu! Apenas afundou nas
águas gélidas do Atlântico norte e acordou na praia da primeira cena de A
Origem. Antes de tudo isso ele esteve na Praia, aquela secreta, um paraíso na
Terra, ao naufragar descobriu o caminho para A Praia e por lá teve todo o tipo
de alucinações dos tipos que se vê na Ilha do Medo. Com todas essas
experiências ele se tornou especialista em sonho lúcido, mostrando toda sua
destreza no filme A Origem (Inception). Trata-se de um filme dentro de outro
filme.
Próximo a esta ilha estava Tom Hanks. A ideia de prisão e solidão pela
qual ele é remetido, foi plantada pelo próprio DiCaprio em Prenda-me se for
Capaz. Desde então ele se vê preso. Primeiro foi Náufrago em uma ilha deserta.
Para amenizar sua solidão, DiCaprio implantou a ideia de que ele estaria preso,
mas não sozinho, daí surgiu O Terminal. Em busca de sua liberdade Tom Hanks
teve que atuar em O Resgate do Soldado Hanks, no qual ele tenta resgatar a si
mesmo das garras do ladrão de sonhos Leonardo DiCaprio. Não deu muito certo e o
pobre coitado veio a óbito (linguajar policial próprio).
Outro caso sério do cinema é Johnny Depp. Alguns não sabem de sua
loucura crônica exprimida já nos tempos de Edward. Desde muito cedo ele perdeu
sua memória, esquecendo-se completamente de seu passado. Recentemente ele
obteve uma resposta sobre sua identidade interpretando a ele mesmo no longa
Alice no País das Maravilhas. Alice o ajudou a recuperar a memória quando ela
própria tinha flashes de seu passado no País das Maravilhas até então esquecidos.
Em O Turista ele mostrou uma de suas mil faces, habilidade aprendida enquanto
buscava seu verdadeiro eu.
Gostaria de aproveitar o ensejo para apresentar meu novo assistente,
como sabem, Jung e eu não nos damos há algum tempo, portanto contratei Quentin
Tarantino como meu novo discípulo. Todo seu aprendizado é demonstrado em seus
filmes. Especialmente a violência humana incompreendida por quem a pratica, mas
estudada por nós. Em Pulp Fiction ele explora a banalização da violência. Nossa
sociedade vive a violência como se estivesse jogando video game. Suas
brilhantes definições psicológicas dos personagens e suas características
mentais perversas e orgulhosas, são a mais brilhante exemplificação da
psicanálise moderna. Em Bastardos Inglórios ele descreve a verdadeira morte do
ego de Hitler, que foi fuzilado por sua mente insana a se ver no topo do mundo.
Em Um Drinque no Inferno ele mostra como os prazeres carnais destroem nosso
senso da realidade. Em Cães de Aluguel ele aborda a falta de linearidade dos
projetos humanos e dos projéteis em farrapos da vida humana. Que busca sempre
mais e possui cada vez menos.
Enfim, para encerrar um trecho de uma canção de Herbert Vianna:
“A vida não é um filme, você não entendeu, além do Corvo ninguém foi a
seu quarto quando escureceu.”
Para os mais novos deve-se trocar O Corvo por Freddy Krueger, para os
cinéfilos considerem uma visita do Coringa e para os mais novos ainda deve-se
considerar uma visita da Fada do Dente.
Que o cinema esteja com vocês!
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